Mourinho o quê??

Quem acusa de falta de espectacularidade este Inter de José Mourinho, ou o futebol italiano em geral, teve de engolir as palavras depois de ver o encontro de Sábado frente ao Bolonha. Exibição demolidora da turma de Milão, imponente, arrasando como um rolo compressor o adversário na sua própria casa. Os "nerazzurri" marcaram três golos, acertaram três vezes nos ferros e desperdiçaram mais uma dezena de oportunidades. Em suma, deram espectáculo, tal como o deu - e isto é que já não é de estranhar - o próprio Mourinho, que, se tem rivais na luta pelo título de melhor treinador do mundo, não os tem na arte de comunicar e de motivar.

O futebol do Inter é inacreditavelmente enleante. Tem a magia própria dos jogadores sul-americanos - e eram oito de início - mas também o rigor europeu, que caracteriza o seu próprio treinador. Não há grandes correrias, é raro ver-se um interista a sprintar, o que pode contradizer um pouco a ideia de futebol espectáculo, mas estamos perante um bloco coeso e compacto, que ataca sempre com seis, sete unidades nas proximidades da área contrária, que cria ocasiões em catadupa e que tem uma média de dois golos por jogo. Para quem gosta de futebol, o que se pode pedir mais?

A acção de Thiago Motta, Zanetti e Dejan Stankovic é o segredo deste meio-campo. Três jogadores experientes, maduros, sabem dosear na perfeição os momentos em que devem defender ou subir (em bloco) no terreno. Depois há também e não menos importante Maicon, o melhor lateral-direito da actualidade, que durante os 90 minutos anda em constantes idas e voltas ao longo do relvado... e ainda as bolas paradas marcadas por Maicon, por sinal. De dois cantos do lateral-direito nasceram os dois primeiros tentos, que deram o 1-2 ao intervalo. Uma vantagem justíssima, que continuou a ser justificada no início da segunda parte. Aos 65 minutos, incluindo os dois golos, o Inter tinha criado onze ocasiões de golo e Maicon participou em sete!

As contabilidades deixaram de fazer sentido logo a seguir, quando Cambiasso matou o jogo com o terceiro golo. Até final, e porque protagonista é protagonista para o bem e para o mal, só há para contar a expulsão de... Maicon. Vermelho directo, mais um problema para Mourinho e, ao mesmo tempo, mais uma oportunidade para brilhar nos media. José Mourinho é um espectáculo dentro do próprio espectáculo, no campo e, sobretudo, fora dele, perante os jornalistas. Ontem, caiu-lhe nas mãos mais uma polémica, relacionada com o vermelho directo exibido a Maicon, após um insulto que este terá dirigido a um dos árbitros-assistentes. Logo à primeira pergunta sobre o assunto, na conferência de imprensa, Mourinho entrou a matar. "Pelo que sei, você é jornalista do Tuttosport (jornal afecto à Juventus) e por isso quer é ver se o Maicon leva dois jogos de suspensão para não defrontar a Juventus!", insinuou o técnico, com ar de quem não estava a brincar.

Excelente jogo de futebol

O Sporting de Braga entrou, de facto, muito bem no jogo de ontem à noite, todos os jogadores demonstraram uma agressividade e uma disponibilidade em prol da equipa enorme com vista a dificultarem o processo ofensivo da equipa forasteira. O aparecimento do golo marcado por Hugo Viana bastante cedo no jogo permitiu ao Braga fazer o tipo de jogo que tanto gosta, defendendo bem e partindo para ataques rápidos de forma ainda melhor, foi também bem visível que esse golo condicionou de certa forma a equipa da Luz, que foi um pouco abaixo no que toca ao aspecto emocional. Hugo Viana, o melhor jogador em campo, tem uma qualidade de passe e uma visão de jogo impressionantes, é ele o grande impulsionador dos ataques rápidos e em profundidade da sua equipa, denotando claras facilidades para colocar a bola em perfeitas condições nos pés dos seus colegas e fá-lo para qualquer zona do terreno!

Foi evidente que a equipa da casa para escapar ao pressing altíssimo do adversário tentou, constantemente, variações de flanco rapidíssimas com o intuito de procurar homens sem marcação e de criar desequilíbrios com mais precisão e segurança. Javier Saviola fez um jogo brilhante, pena não conseguir aguentar os 90 minutos ao mesmo ritmo, mas ao contrário de muitos outros encontros disputados na época actual o seu “parceiro ideal” para realizar triangulações e para desequilibrar em posse esteve bastante abaixo do que lhe é exigido, Pablo Aimar falhou inúmeros passes e não conseguiu entrar verdadeiramente no jogo entre-linhas dos encarnados, não dando o “perfume” já habitual e importante ao jogo da sua equipa, falando neste aspecto é também necessário dar mérito à equipa orientada por Domingos Paciência que ocupou os espaços do seu meio-campo de forma magnífica, contribuindo para isso a grande garra e o grande empenho dos seus jogadores. Este bloco defensivo bem organizado e posicionado tornou grande parte das acelerações dos jogadores encarnados previsíveis e banais!

Foi também possível verificar que nos lances de bola parada a equipa de Jorge Jesus não esteve como tem estado habitualmente. Sinceramente, não consegui entender o objectivo do posicionamento dos jogadores do Benfica nos cantos durante a segunda parte, verificou-se sempre a cobrança para junto do primeiro poste e eu só identificava jogadores bracarenses nessa mesma zona. No primeiro grande teste a nível nacional, o Benfica perdeu, ao passo que para o Braga este era o teste que faltava, se esta equipa continuar a ter esta maturidade e esta personalidade então teremos mais um candidato ao título. Não quero com isto tirar mérito ao que o Sport Lisboa e Benfica tem feito de muito bom até aqui, mas esta era a grande prova para os bracarenses e mesmo enfrentando um adversário muito moralizado, bem organizado e com jogadores capazes de fazerem a diferença o Sporting de Braga esteve impecável. Convém também não esquecer que ainda estamos na 9ª jornada, mas uma coisa é certa, o Braga tem apenas dois pontos perdidos e já ganhou aos três grandes. Para terminar, deixo aqui um agradecimento às duas equipas por terem protagonizado um jogo tão interessante em que o Benfica não jogou nada mal, mas teve pela frente um adversário mais inteligente e mais eficaz!

Um Benfica avassalador


Um jogo do Sport Lisboa e Benfica é, agora, quase sempre sinónimo de goleada e de espectáculo. No jogo de ontem, após uns primeiros 15 minutos equilibrados e com o Nacional a controlar a posse do Benfica, a equipa de Jesus demonstrou o seu já habitual pressing alto associado a uma posse de bola qualitativa e eficiente numa zona pressionante e a uma segurança incrivel na hora do último passe, com essa mesma demonstração foi possível tomar conta do jogo e colocar, definitivamente, toda a qualidade do seu jogo em prática. É incrível a forma como Pablo Aimar e Javier Saviola se entendem, o argentino de 27 anos baixa por diversas vezes no terreno para tabelar com Pablito e assim conseguirem sair a jogar com mais velocidade e com mais espaços, baralhando dessa forma as marcações da linha mais defensiva do adversário.

Tenho também que destacar o jogo de Fábio Coentrão, mesmo adaptado a lateral-esquerdo demonstrou uma garra incrível durante todo o jogo e apoiou sempre o processo ofensivo dos encarnados da melhor forma, dando grande profundidade ao seu flanco, estando na origem clara de 2 golos. Nos segundos 45 minutos foi bem mais evidente a extraordinária dinâmica ofensiva da equipa da casa, culminada com mais uma grande goleada. Este SLB é fortíssimo tacticamente, em todos os momentos do encontro, possui um talento enorme, assumiu uma cultura de intensidade invulgar e, agora, respira uma confiança incrível que torna tudo mais simples. É legítimo afirmar que com esta intensidade de jogo e com esta capacidade defensiva brilhante, com um triângulo Luisão-David Luiz-Javi García bastante evoluído a nível táctico e com os princípios da defesa à zona bem vincados e trabalhados a turma de Jorge Jesus poderá chegar muito longe esta época! Para terminar, tenho também que referir que os dois interiores, Di Maria e Ramires, encolhem ou alargam a equipa e dão profundidade ou equilíbrio à mesma de forma muito inteligente e segura. A importância da rapidez a pensar e a executar que estes dois jogadores demonstram é, por isso, fundamental para se responder mais rapidamente a cada um dos momentos do jogo, ambos denotam também uma capacidade física e táctica espantosa, contribuindo assim imenso para o rendimento da equipa. Agora é mais do que óbvio que Jorge Jesus quer vencer e convencer em Braga no Sábado, onde outrora já brilhou e onde jamais será esquecido, por boas ou más razões...

Um FC Porto sempre superior


O Futebol Clube do Porto sentiu algumas dificuldades nos primeiros minutos do jogo de ontem à noite, uma vez que o APOEL entrou bastante pressionante e agressivo sobre a posse de bola portista, não dando grande tempo para pensar e executar. Como complemento para a boa resposta cipriota tivemos um Porto, que mantendo níveis de intensidade altos desde o início, não esteve inspirado na gestão da sua posse. Aqui, tenho mesmo que deixar uma nota para Mariano pelas perdas de bola que acumulou, sucumbido à pressão do adversário e do próprio público. Por outro lado, Raúl Meireles fez, quanto a mim, o seu melhor jogo desta época, foi raríssimo vermos o português a falhar um passe, dando início às transições da sua equipa quase sempre da melhor forma, esteve bastante presente nas diferentes fases do encontro e "compensou" de certa forma o fosso criado por Mariano na zona intermediária.

O efeito do pressing da equipa portista foi evidente, o APOEL nunca conseguiu soltar-se em progressão, nunca conseguiu iniciar o processo de construção de forma concreta e, fundamentalmente, nunca conseguiu jogar e, por isso, foi sempre o Porto quem dominou, o golo dos cipriotas foi apenas um acaso. Com o 0-1 nada se alterou e, como era previsível foi de uma perda de bola que o empate portista surgiu, acerca dos erros no processo defensivo do APOEL, vitais na definição do jogo, importa dizer que são erros forçados, com muito mérito, portanto, para a atitude da equipa orientada por Jesualdo Ferreira. O empate marcou uma viragem emotiva no jogo, dando maior segurança à equipa portuguesa que passou a ganhar mais segundas bolas e a progredir de forma bem mais clara no terreno. A alteração táctica de Jesualdo ao intervalo, colocando Rodriguez no meio e Mariano na ala, melhorou significativamente o “jogar” da sua equipa, principalmente no que toca à criatividade e à velocidade do processo de construção, com Rodriguez mais recuado e mais no centro tornou-se mais fácil transportar a bola até zonas mais avançadas para provocar desequilíbrios e foi de fácil observação que com a desvantagem, o APOEL tentou alongar-se no campo e com isso permitiu que o Porto jogasse mais em transições e com bastante mais espaço, algo que não havia sucedido no primeiro tempo, até ao momento da expulsão de Mariano Gonzalez era iminente a existência de mais um golo para a equipa da casa!

Basicamente, o APOEL era organizado, mas denotou desde cedo muitas fragilidades no que toca ao primeiro passe. O Porto acabou por ganhar o jogo graças ao seu pressing, algo em que é muito forte, e aos erros do adversário. Nunca se conseguiu impor em posse, mas a vitória é algo incontestável, apesar da falta de imaginação e de criatividade da equipa também ser um pouco preocupante. Os médios, neste modelo de Jesualdo, são sempre jogadores com potencialidades para executar transições rápidas e qualquer jogador menos intenso tem dificuldades em impor-se, daí a diferença entre o Porto da primeira e da segunda parte. A grande excepção foi Lucho, cuja inteligência táctica foi suficiente para se impor. É necessário também deixar uma palavra para Hulk, a sua capacidade de explodir perante os adversário é genial e se nunca deixar de trabalhar e de se esforçar é garantida a ascensão mundial deste ainda jovem brasileiro!

FC Porto VS APOEL


Jesualdo Ferreira alertou desde logo os seus jogadores para respeitarem bastante o APOEL, isto numa altura em que os campeões portugueses pretendem dar sequência no Estádio do Dragão ao triunfo obtido na segunda jornada frente ao Atlético de Madrid por duas bolas a zero. Contudo, o APOEL provou ser um adversário difícil logo no jogo de estreia na Champions League, pois empatou no terreno do Atlético e perdeu somente por 1-0 frente ao Chelsea, demonstrando muita objectividade e ao mesmo tempo bastantes lacunas no início do processo de construção, denotando claras dificuldades para realizar o primeiro passe e sair a jogar com segurança e em progressão. Mas mesmo assim, o treinador Ivan Jovanovic está confiante que a sua equipa terá as suas oportunidades para pontuar no Dragão!

O FC Porto parte com a confiança natural que lhe dá o seu estatuto e experiência na Liga dos Campeões, face a uma equipa que faz este ano a estreia, mas os debutantes estão a dar-se bem, daí que o optimismo dos dragões seja moderado. Jesualdo Ferreira rejeita o favoritismo e será mesmo preciso mostrá-lo dentro de campo! É verdade que o Apoel ainda nem marcou um golo na prova, em 180 minutos nunca as redes adversárias balançaram, mas também não é menos verdade que esta equipa tem mostrado uma assinalável eficácia defensiva. Frente a equipas cotadas do futebol europeu, como é o caso do Chelsea e Atlético de Madrid, sofreram apenas um golo. Quanto à experiência, o Apoel é um estreante e o futebol cipriota está longe de ser reconhecido como viveiro de grandes executantes, mas também é certo que não há Belluschi e quando o argentino não joga, o meio-campo do FC Porto ressente-se, nomeadamente no que toca à definição dos envolvimentos mais ofensivos. Mas ainda aqui, pode-se optar por desvalorizar a ausência e sublinhar o fôlego que Guarin tem dado à equipa quando é chamado, permitindo uma maior ocupação dos espaços e uma solução mais forte para aparecer em zonas mais adiantadas a rematar!

O jogo desta noite será, apenas, a primeira parte da dupla jornada com os cipriotas, daqui a duas semanas há mais, no Chipre. E nestes dois jogos pode estar a chave do apuramento azul e branco, tendo sempre em conta aquilo que fizerem Chelsea e Atlético de Madrid, que também medem forças a duas mãos. O técnico cipriota admite que um empate já não seria nada mau, mas a Jesualdo os adeptos não desculparão nada que não seja a vitória!

Equipas prováveis:

FC PORTO: Helton; Fucile, Bruno Alves, Rolando e Álvaro Pereira; Fernando, Raul Meireles e Guarín; Rodríguez, Hulk e Falcão.

APOEL:
Chiotis; Kontis, Broerse, Grncarov e Elia; Nuno Morais, Michail, Kosowski, Hélio Pinto, Charalambides; Mirosavljevic.

Bom jogo, excelente vitória

Foi muito importante os jogadores terem entrado em campo sabendo da vitória da Dinamarca sobre a Suécia, isso tranquilizou um pouco a Selecção, embora tenha defrontado uma Hungria mais forte do que no primeiro jogo. Nos últimos encontros, era possível observar um Portugal nervoso e ansioso, ontem já não se notou tanto esse medo de errar. O jogo que mais marcou esta fase de apuramento foi o Portugal VS Dinamarca, em que após uma grande exibição, com muitas oportunidades de golo, perdemos por 3-2. Isso fez muita mossa, dado que as críticas aumentaram e Portugal deixou de estar num estado de graça e voltou à calculadora, foram postos em causa os jogadores, falou-se em mudança de treinador... O pessimismo aumentou imenso e a esperança diminuiu, tudo isso criou nervosismo nos jogadores numa fase de transição, com uns a saírem e outros a entrarem, em que era preciso criar uma equipa forte em pouco tempo e com um novo seleccionador, Carlos Queiroz, que se estreou praticamente em competição, ao contrário de Scolari e que demonstrou mais uma vez não ser o que muitos portugueses pensam que ele é, o eterno adjunto!

Ronaldo mostrou espírito de sacrifício e personalidade de campeão, apesar da sua saída precoce do encontro de ontem, ele não se importou de jogar condicionado, correndo o risco de agravar ainda mais a sua lesão, para contribuir e ajudar o seu país, o brilhantismo da selecção parecia ter abalado, até porque o mágico Deco passou totalmente ao lado do jogo. Felizmente, Portugal conseguiu ultrapassar esse problema, com Simão e Pedro Mendes a destacarem-se pela positiva, com o primeiro a brilhar no seu estádio de eleição, marcando dois golos e criando bastantes desequilíbrios não tanto com diagonais, mas sim com movimentos mais verticais, já o segundo juntamente com a sua simplicidade de processos e excelente sentido posicional mostrou ao professor que é uma hipótese para levar muito a sério, até porque com a entrada do Pedro para o onze inicial foi possível encarar melhor a ocupação dos espaços e jogar num "falso losango" com um processo de construção mais organizado partindo de zonas mais recuadas, com Meireles a jogar na sua posição de raiz, admitindo porém que este não fez um grande jogo, e com Simão e Ronaldo (Nani) bem mais junto às alas! Não diria que Pedro Mendes foi uma agradável surpresa, visto que eu já sabia que se tratava de um bom valor e que, num campeonato difícil, trabalhou sempre muito na esperança de voltar a ser chamado à selecção e ontem esteve à altura daquilo que se lhe pedia, muito trabalhador, muito concentrado e foi extremamente importante para manter o equilíbrio desta equipa, que se parte facilmente por ter jogadores muito ofensivos!

Apesar da vitória por três bolas a zero, há várias coisas a melhorar, como por exemplo aprender a abrir equipas que defendem com 11 homens atrás da bola, é também preciso afinar os cruzamentos e agora temos Liedson, que é um fabuloso ponta-de-lança, e Cristiano Ronaldo também aparece bem na área, mesmo a cabecear. O nosso lateral-esquerdo, Duda, é uma adaptação que não me consegue convencer minimamente, é urgente arranjar uma solução, Miguel Veloso ou até mesmo Paulo Ferreira fariam, certamente, muito melhor! Há também que melhorar no último passe, ontem houve demasiados passes errados, e é aí que por vezes se decidem os jogos, além de que as perdas de bola causam maior desgaste porque obrigam a equipa a recuperar defensivamente. A falta de inspiração de Deco foi um dos factores que contribuíram para esse elevado número de passes errados e Portugal precisa ainda de ter maior paciência com a bola, não pode abusar das transições rápidas, resolvendo as jogadas o mais rápido possível, tem de saber controlar o jogo através da posse de bola e “esperar” por aberturas na defesa adversária com uma forte circulação de bola numa zona pressionante! Perante tudo isto, e faltando apenas o jogo com o adversário mais acessível do grupo, estamos muito perto do play-off e, posteriormente, do Mundial na África do Sul, já poucos acreditavam nisto, mas Queiroz e o seu grupo nunca deixaram de acreditar e os frutos dessa crença estão mesmo a chegar!

Peço apenas calma e eficácia

Pequena Ante(visão):

Perante isto tudo, o que sobra a Portugal é vencer, somar seis pontos nos dois jogos que lhe faltam disputar e esperar que a sorte esteja do seu lado e não favoreça os suecos, especialmente estes. E se ficarmos em segundo lugar no grupo, lá vem o play-off, em que seremos um dos oito que tudo farão para ir à África do Sul, até lá convém vencer e convencer e começa hoje, às 20h45, no Estádio da Luz, a corrida ao ouro, a corrida do tudo ou nada! Aqui fica o onze provável da nossa selecção: Eduardo, Bosingwa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Duda; Pedro Mendes, Simão, Raúl Meireles e Deco; Liedson e Ronaldo.

E agora "o meu onze": Admitindo a utilização do mesmo sistema táctico, 4x4x2 em losango, jogaria com Eduardo, Bosingwa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Duda; Miguel Veloso, Raúl Meireles, Ronaldo e Deco; Liedson e Nuno Gomes. Na baliza, só não colocaria Beto, porque este não tem feito qualquer jogo pela sua equipa, enquanto o treinador do Braga tem apostado sempre em Eduardo para defender as redes da sua equipa, se fosse pela qualidade de ambos o titular seria, com certeza, Beto! Nas laterais Bosingwa e Duda, uma vez que estes dois jogadores permitem dar uma profundidade e uma largura importante à nossa selecção e sabendo que a selecção da Hungria não irá a Lisboa para assumir o jogo, estes terão um papel fundamental no que toca ao processo ofensivo e à criação de espaços! Sem Pepe, é óbvio que terá que ser esta a dupla de centrais, acho que já disse quase tudo em análises anteriores sobre estes dois fantásticos centrais, a médio-defensivo o Miguel, pois este já merece uma oportunidade pelo que tem vindo a fazer pelos leões, está a demonstrar como se deve ocupar de forma extraordinária e racional os espaços, evidenciando um posicionamento e uma cultura táctica excelentes.

Como interiores colocaria Ronaldo e Meireles, dado que com Ronaldo situado mais atrás no terreno seria mais fácil para ele explodir e desequilibrar vindo de trás, teria mais espaço, teria mais tempo para pensar e executar, deixaria Liedson onde e como gosta e poderia também dar algum equilíbrio táctico à equipa, relembrando um pouco a forma como este defendia no Man.United de Ferguson, falando também do outro médio português e apesar de este estar a passar uma fase menos boa, continua a ser a excelência no que ao passe diz respeito, Raúl Meireles é demasiado importante para ser deixado no banco, o seu poder de transição juntamente com o requinte dos seus passes fazem dele cada vez mais titular! Para terminar, alinharia com Deco a médio-ofensivo no apoio a Nuno Gomes e Liedson, com o levezinho a movimentar-se mais para junto das faixas e com Nuno Gomes a preferir movimentos mais verticais, permitindo assim algumas nuances tácticas que são importantíssimas num jogo como este, nomeadamente, grandes desequilíbrios através do jogo sem bola e o aparecimento dos médios numa segunda linha para rematar, nesta dupla atacante Liedson seria, claramente, o ponto de maior referência, com o experiente Nuno Gomes a criar espaços com a sua enorme inteligência para o seu companheiro conseguir finalizar de forma concreta!

Um Sporting negro de Paulo Bento


Ontem em Alvalade houve uma insignificante melhoria no futebol leonino, tão insuficiente que nem deu para marcar um único golo aos homens do Restelo. Este empate no derby de Lisboa confirma o que já estava confirmado para mim há muito tempo: o leão está a atravessar uma fase bastante negra, os adeptos estão revoltados e o futebol da equipa é argumento mais que válido para essa tal revolta, dado que todos colocam o Sporting como sendo a “típica equipa grande”, mas no fundo esta equipa de Paulo Bento não pratica futebol suficiente para merecer esse estatuto, a sua dinâmica ofensiva é péssima, não consegue jogar de forma continuada e apoiada, não provocando desequilíbrios em posse de forma segura, fazendo dos lances de bola parada o mais forte argumento para criar perigo. A sua defesa é extremamente insegura e o único jogador do sector mais recuado que não merece ser alvo de críticas é o jovem Daniel Carriço, todos os outros demonstram lacunas básicas e essas perigosas anomalias estão relacionadas com a incapacidade psicológica e motivacional de toda a equipa!

Um grande problema desta equipa também paira na dupla de ataque, Liedson não tem um companheiro certo a seu lado, já vimos que Postiga não é mais do que um ponta-de-lança banal, Yannick Djaló tem características semelhantes a Liedson e num sistema como este não é exactamente isso que se procura, dado que, para além de Yannick ser um pouco fraco a finalizar e a pressionar, o que se deve procurar realmente é um avançado mais posicional para contrastar com a enorme mobilidade do luso-brasileiro, no plantel sportinguista só vejo mesmo Felipe Caicedo como alternativa e talvez este equatoriano precise de oportunidades concretas para elevar o seu ego e o seu rendimento e dar a Liedson e a toda a equipa uma maior tranquilidade! Com tudo isto, é bem visível a dependência da equipa leonina em relação à capacidade que Liedson tem para resolver encontros, mas nem sempre o levezinho consegue resolver e quando isso não acontece tudo se torna muito mais difícil, para finalizar quanto a individualidades, tenho que falar no eterno João Moutinho, está em nítida regressão de forma, não consegue encontrar a melhor maneira para colocar o seu futebol em prática denotando claras dificuldades para aparecer no meio-campo adversário com a bola bem colada ao pé pronto a provocar rupturas nas defesas contrárias, mas também quando toda a equipa está em baixo a vários níveis são raros os jogadores que sobrevivem a essa mesma onda negativa!

Falando agora um pouco do jogo de ontem, o Sporting até entrou bem, determinado e obrigado, entre castigos e lesões, a melhorar a imagem da noite europeia, aquela que deu um triunfo histórico, mas que deixou os jogadores com as orelhas a arder, depois de uma assobiadela monumental. Era preciso trocar os assobios pelos aplausos e a entrada no jogo dava sinais de que isso poderia acontecer, Postiga rematava ao lado, logo aos quatro minutos, no primeiro indício de redenção leonina, mas seria o mesmo Postiga, porém, a desesperar o mais calmo dos adeptos ao não aproveitar um brinde do ex-leão Beto, num contra-ataque de 3 para 1, Nelson teve mérito na mancha, mas o avançado podia e devia ter feito bem melhor. Assim, pairava no ar a inquietude leonina! Os minutos finais aumentaram ainda mais a tensão, uma altura em que apenas se pensa num golo no último instante, numa inspiração de um jogador, num bocadinho de sorte que seja, para se vencer e adiar as "conversações" entre a equipa técnica e os adeptos, só que a sorte dá trabalho e o leão está de baixa, joga mal, e nas bancadas soltou-se mais uma vez a revolta com mais assobios e lenços brancos. Paciência e tranquilidade com Paulo Bento? Está muito longe de existir...

Cesc melhora e Arsenal goleia

Esta foi uma tarde cheia de golos no Emirates Stadium, onde o Arsenal recebeu e venceu o Blackburn Rovers por 6-2. Os visitantes começaram por marcar cedo e estiveram na frente do marcador por duas vezes, só que os londrinos quando exploram todo o seu potencial e metem em prática toda a sua dinâmica são uma autêntica máquina de fazer golos e acabaram por marcar mais seis neste jogo. Apesar de o Arsenal ter marcado por seis vezes e de ter realizado uma excelente exibição, principalmente na segunda parte, tenho que realçar a permeabilidade defensiva desta equipa, em alguns momentos do jogo, principalmente quando o adversário jogava mais em profundidade os pupilos mais recuados de Wenger demonstraram algumas dificuldades para acompanhar os avançados contrários ou então para utilizar a arma do fora-de-jogo da melhor forma.

Neste jogo, sem dúvida alguma, quem compensou e equilibrou a zona mais recuada da equipa da casa foi Song, sempre muito concentrado e lutador, com um jogo posicional incrivel e com uma capacidade de desarme tremenda! Mas se quero falar de destaques individuais então tenho mesmo que realçar Cesc Fabregas, o melhor jogador em campo, fez quatro assistências e marcou um golo, ficou também bem visível que a sua equipa melhora a forma de jogar de uma maneira abismal quando este está a 100% e coloca em prática todo o esplendor do seu futebol, porque, na minha opinião, não há ninguém no futebol inglês capaz de “pegar” no jogo da equipa e de fazer passes de ruptura tão criativos e inteligentes como este espanhol!

O colectivo do Blackburn mostrou que possui algumas dificuldades para jogar de forma mais apoiada e segura, utilizando por diversas vezes o passe longo que, na maioria dos casos, acabou por fazer com que a bola acabasse junto à equipa adversária, utilizou um bloco baixo, mas algo inseguro e foi notório que esta equipa depende excessivamente de rasgos individuais ou então de erros por parte dos adversários. Por outro lado, o seu adversário de hoje, denota uma capacidade tremenda para explorar o jogo entre-linhas e tendo uma enorme mobilidade por parte dos homens mais avançados, nomeadamente Arshavin e Robin Van Persie, torna-se muito mais fácil provocar desequilíbrios constantes, baralhando as marcações adversárias com esse tal jogo sem bola brilhante por parte dos avançados.

Com um forte e compacto ataque posicional, com médios na equipa como Diaby e Fabregas, que para além de serem bons executantes são, antes de mais, capazes de seleccionar as técnicas mais adequadas para responder às sucessivas exigências do jogo, com a utilização de passes de ruptura geniais e de triangulações espantosas em plena grande área adversária esta é a equipa que, para mim, mais se aproxima do “jogar” do Barça de Guardiola em todo o continente Europeu! Tenho também que deixar um pequeno elogio a Vermaelen, defesa-central belga, que em oito jogos já marcou quatro golos na Premier League. É bastante fácil detectar que este jovem de 23 anos tem um bom toque de bola e adora aparecer em zonas mais adiantadas do terreno para ajudar no processo de construção da equipa ou até mesmo para finalizar uma ou outra jogada!

É urgente uma revolução em Madrid

Faz-me imensa confusão como é que tanto potencial individual é tão banalmente aplicado por Abel Resino. Esta equipa do Atlético de Madrid tem potencial individual para discutir qualquer jogo com qualquer equipa e para ser um perigoso “outsider” na Champions League, mas não o é. Não é porque não sabe pressionar, porque se limita a esperar pelo adversário e porque quando tem de atacar, seja em transição rápida, seja de forma mais apoiada, esbarra sempre numa imediata dependência de provocar desequilíbrios através de lances individuais, nomeadamente por intermédio de Diego Forlán ou de Kun Agüero.

Acho, de facto, incrivel o poder de entrega ao jogo do camisola 7 dos madrilenos, é possível ver este jogador a ajudar imenso no processo defensivo, chegando mesmo a recuperar algumas bolas perto da grande área da sua equipa, e mesmo no ataque, é constante e demasiado previsível a forma como este jogador recua para ajudar no processo de construção ou então, para simplesmente, rematar de longe, algo que ele sabe fazer mesmo muito bem, e esta dependência individual não é só no último terço do terreno, começa por ser logo na primeira fase de construção!

Outra coisa que me espanta é a "evolução" desta equipa desde a pré-época, pegando no jogo frente ao Benfica por exemplo, foi possível observar uma primeira parte excelente deste Atlético, mas de lá para cá parece ter regredido de uma forma incrível! Sem qualquer dúvida, o que esta equipa necessita realmente é de um treinador novo com métodos bastante mais evoluídos e pragmáticos!

Obrigado a mudar para pior

O Inter teve um início de jogo apático e irreconhecível, muito devido à maneira desinibida como o Rubin Kazan encarou esta partida, impressionando com a sua entrada empolgante e pragmática. A partir do golo do empate, que surgiu contra a corrente do jogo, foi possível observar um Inter diferente, mas muito longe daquele que já praticou bom futebol esta época… Sinceramente, por tudo o que se desenrolou durante os 90 minutos, este foi um empate que soube a pouco para a equipa da casa, garanto-vos que este Rubin Kazan irá dar muito que falar nesta edição da Champions League!

Os ataques do Inter de Milão foram, constantemente, canalizados pelo flanco direito, aproveitando a muita qualidade de Maicon, mas dando uma dinâmica previsível à equipa… Com o sistema que Mourinho utiliza parece-me um pouco ridícula a inclusão de Chivu na esquerda, sabe-se que este romeno não demonstra facilidades para ajudar no processo ofensivo, algo que se exige aos laterais perante esta forma de jogar e algo que, por exemplo, Maicon (lateral-direito) possui. Não seria, certamente, melhor colocar Santon no flanco esquerdo, tal como na época passada!? Com isto iriam ter um lateral-esquerdo adequado à forma de jogar e conseguiriam potenciar muito melhor o 4x4x2 losango. Para além disto, ficariam com uma dupla de centrais mais rápida e, fundamentalmente, mais completa, admitindo a inclusão de Chivu ao lado de Lúcio como é óbvio, posto isto seriam, sem qualquer dúvida, só vantagens! Domínguez é um avançado bastante rápido que gosta de jogar simples e que é, acima de tudo, virtuoso… Demonstrou a sua capacidade de explosão em vários lances durante todo o encontro, nomeadamente no lance do golo que é, simplesmente, uma jogada genial do argentino. Ele utilizou também e muito bem o facto de Samuel ter sido amarelado bastante cedo e de este também ser um pouco lento de movimentos. Caso a sorte não estivesse do lado da turma de Milão este conseguiria ser um jogo ainda pior!

A equipa russa defendeu sempre muito e bem, com imensos homens na sua própria área, mas é certo que também nunca deixou de se preocupar em atacar, sempre que podia ou que achava pertinente partia em contra-ataques rapidíssimos que, quase sempre, resultavam em lances bastante perigosos. Balotelli é, como todos sabemos, um jogador bastante temperamental, com a sua expulsão aos 60 minutos só prejudicou ainda mais o “jogar” da sua equipa, fazendo com que o Rubin acabasse o jogo em cima do Inter, encostando este bem atrás no terreno e dispondo de oportunidades de golo flagrantes para causar uma surpresa nesta 2ª Jornada da CL! Eto’o (sem o seu companheiro habitual na frente de ataque) e Mancini passaram, de forma incrível, ao lado do jogo, o 2º ainda acabou por ser substituído, mas o camaronês manteve-se em campo até ao final do jogo, foi óbvio que estes dois jogadores não tiveram muito espaço para conseguir colocar o seu espantoso futebol em prática, mas também não possuíram a quantidade certa de imaginação e de criatividade para provocar desequilíbrios, encontrando esses mesmos espaços, basicamente, este foi um jogo não para esquecer, mas sim para ultrapassar e aprender com ele!

Sem um verdadeiro número 10 e sem uma dupla de ataque entrosada o suficiente para permitir uma excelente dinâmica à equipa que está moldada num sistema táctico como este é muito mais difícil provocar desequilíbrios em posse no último terço do terreno e, apesar de isto não ser uma desculpa para a péssima exibição, é um facto que Mourinho pode utilizar em sua defesa! Para terminar, deixo só uma palavra de apreço a Karadeniz do Rubin Kazan, este ala-direito é um excelente jogador, fez imensos quilómetros durante todo o encontro, demonstrando um incrível poder de luta e de entrega ao jogo em prol da equipa e foi possível observar, igualmente, um bom posicionamento e pormenores técnicos assinaláveis…

Capacidade de sofrimento e crença acabam por vencer

MAS QUE JOGO - Haverá desporto mais espantoso!? O Manchester United venceu por 4-3 o seu rival Manchester City num jogo extraordinário e com uma diferença assustadora no rendimento das duas equipas nas diferentes partes da partida. Michael Owen e a sua equipa procuraram a felicidade e encontraram-na à passagem do minuto 96!

Durante todo o 1º tempo, o United não conseguiu surpreender o City, nem com o seu ataque posicional nem em transições rápidas, muito devido a uma circulação de bola lenta e a uma pouca mobilidade dos seus jogadores, é certo que também esteve sempre bastante lento a sair a jogar e foi completamente anulado pelo seu adversário durante os primeiros 45 minutos após o golo de Wayne Rooney. A equipa forasteira com Barry, Ireland e De Jong controlaram de uma forma fabulosa a zona intermediária e não deixaram os médios adversários ter a bola de forma concreta em zonas mais ofensivas. Tevez trabalhou imenso no último terço do terreno, ajudando no pressing e jogando também muito para a equipa, demonstrando toda a sua capacidade para ir à luta e o seu empenho, no 1º golo do Manchester City nota-se claramente esse espírito do argentino de 25 anos!

Ji Sung Park é tacticamente brilhante, não sendo dos mais evoluídos da sua equipa a nível técnico, é sem dúvida dos melhores a compreender o que deve fazer em todos os diferentes momentos do jogo, faz imensos quilómetros durante um encontro e faz esses mesmos quilómetros demonstrando qualidade em, praticamente, todos os seus movimentos… Fletcher, mesmo tendo marcado dois golos da sua equipa, não é nem nunca foi um jogador à altura para o 11 inicial do United na minha opinião, tem uma qualidade de passe assinalável e é bastante forte no jogo aéreo, mas em termos de posicionamento e de leitura do jogo deixa muito a desejar, não sendo também, nem de perto nem de longe, evoluído tecnicamente, sendo, sem qualquer dúvida, desajeitado em alguns movimentos… Kolo Touré dá uma segurança incrível a defender e demonstra também capacidade para ajudar no processo de construção da sua equipa! Tenho também de realçar a tão importante função de Rooney na equipa de Ferguson, ele é dos melhores avançados a jogar sem bola existentes no futebol europeu, abre espaços nas defesas contrárias com a sua enorme mobilidade e criatividade e permite nuances tácticas brilhantes ao “jogar” da sua equipa. Felizmente para o futebol, ainda não se nota a já longa idade de Ryan Giggs, a sua técnica, a sua inteligência e a sua qualidade de passe são, de facto, dignas de um jogador de TOPO, mas que prodígio galês… Evra fez também um jogo excelente, juntamente com Giggs no flanco esquerdo provocaram diversos desequilíbrios e deram muitas dores de cabeça a Micah Richards, estando inclusive os 3 primeiros golos da equipa da casa associados a este mesmo flanco. Nos últimos 30 minutos, o Manchester United mostrou a toda a gente a sua verdadeira capacidade ofensiva, circulação de bola fabulosa e veloz, trocas posicionais constantes, utilização eficiente dos flancos, bom entrosamento ofensivo, consistência técnica e táctica e uma não menos importante capacidade de sofrimento já depois dos 90 minutos, nunca perdendo o discernimento!

Mecanizações de uma equipa em transformação

Na noite passada foi possível observar uma entrada prometedora da equipa leixonense, mas que no fundo não passou disso mesmo, uma vez que durante a maior parte do tempo tivemos um Porto dominador, com muita e boa posse de bola e com variações de flanco constantes e desequilibradoras, feitas principalmente por Meireles e por Hulk de forma quase sempre brilhante…

Com Belluschi mais entrosado e mais rotinado já é possível afirmar com mais entusiasmo a sua enorme qualidade de passe, mas este argentino ainda está muito aquém das expectativas, tem que melhorar no pressing alto da equipa, algo que Lucho fazia bastante bem, devido ao seu fabuloso posicionamento e à sua capacidade de fechar espaços, demonstrando uma leitura de jogo digna de um jogador com enorme classe. Fernando Belluschi não pode também ser tão inconstante, terá que conquistar a massa associativa portista com o que sabe fazer de melhor, mas terá que fazê-lo em quase todos os momentos do jogo, dado que o argentino erra demasiadas vezes… Hulk, um mago bastante temperamental, não lhe estou a tirar nenhum mérito com o segundo adjectivo, uma vez que toda a gente sabe que o brasileiro tem uma capacidade enorme para desequilibrar quando tem a bola, mas uma evolução psicológica e táctica só melhoraria o seu rendimento, mas mesmo assim já se nota que existiu uma transformação no avançado, feita por Jesualdo como é óbvio, comparando com o Hulk da época passada! Rolando e Bruno Alves entendem-se bastante bem no sector mais recuado, mas é bem visível que possuem características bem diferentes, Rolando bem tenta fazer o que o Bruno faz, mas é muito lento a sair com a bola dominada e isso só prejudica o processo de construção, e mesmo nunca sendo rápido a executar consegue por vezes, por incrível que pareça, passar a bola ao adversário… O Leixões prometeu nos primeiros minutos, mas apresentou um futebol "fraquinho" durante o jogo e para agravar ainda mais a sua situação, a zona mais recuada mostrou-se bastante insegura… Jorge Jesus disse uma coisa importante há uns tempos: “Uma equipa defende como o treinador sabe e ataca conforme o orçamento permite!”, acho que isto diz muito da equipa leixonense. Com Radamel Falcão no ataque, um jogador virtuoso, o Futebol Clube do Porto ganha um excelente finalizador, tanto com o pé como com a cabeça e, fundamentalmente, consegue manter a enorme mobilidade que já vem sendo habitual no ataque portista!

Álvaro Pereira jogou apenas 45 minutos e conseguiu mesmo assim ser o obreiro de 3 golos da sua equipa, ele deu uma profundidade incrível ao seu flanco e com Laranjeiro e Zé Manuel muito apagados ele fez o que muito bem lhe apeteceu, juntamente com Varela ou Hulk, para a equipa da casa foi demasiado fácil desequilibrar pelas alas, também porque o outro lateral se chamava Benitez, que já mostrou não ser jogador para o Porto e que parece que também não o é para o Leixões, sempre muito inseguro e demonstra uma clara falta de motivação e confiança! Com o Leixões muito recuado e com o FC Porto a ganhar uma enorme confiança eu estava a prever mais uma goleada daquelas à antiga, mas os pupilos de Jesualdo abrandaram, também muito devido às substituições do professor, que no fundo são compreensíveis tendo em conta o jogo de terça em Londres, mas com este mesmo abrandamento na parte final do encontro foi possível à equipa visitante “pegar no jogo” e encostar o campeão nacional às cordas, nada que os dragões não conseguissem suster, mas ficou o aviso…

Não é preciso dominar para vencer, capítulo CITY

Esta tarde foi possível assistir a um jogo bastante táctico, mas capaz de me colocar a vê-lo com enorme interesse e atenção, é por este tipo de jogos que o futebol é fabuloso, venceu a equipa mais eficaz e a mais matreira!

Com a zona do meio-campo muito congestionada, as duas equipas tinham que demonstrar alternativas fazendo jus ao pragmatismo e à eficácia, assim sendo, o City numa das poucas vezes que chegou à área adversária fez o único golo da 1ª parte num lance de bola parada. Stephen Ireland e Gareth Barry, jogando à frente da defesa, são dois autênticos pilares desta equipa de Manchester, muito evoluídos tacticamente, com um controlo de bola excelente e um jeito peculiar para iniciar o processo ofensivo, sem dúvida que temos aqui um bom exemplo de que a boa técnica pode e deve servir de base à táctica! Adebayor, um avançado com características muito raras no mundo do futebol, está sempre no sítio certo, mas este sítio certo não se limita à grande área adversária, ele desce até ao meio-campo da sua equipa e ajuda no processo de construção, consegue segurar a bola de forma quase irreal e é inteligente o suficiente para perceber quando deve progredir com a bola dominada ou quando deve abrandar o ritmo de jogo e fazer um passe de forma segura para uma zona mais recuada.

Principalmente no primeiro tempo, o Arsenal teve bastantes dificuldades para decidir o desfecho das jogadas no último terço do terreno, sempre com dificuldades para realizar o último passe, com muita indecisão por parte dos homens mais avançados e com o seu adversário a fechar-se muito bem, mostrando uma defesa à zona muito sólida e agressiva, a única opção para penetrar na defesa do City era utilizar a velocidade nos flancos, mas quando Diaby, Bendtner ou mesmo Cesc tentavam o cruzamento a jogada acabava de imediato, dado que os centrais do Man.City demonstram uma segurança enorme no jogo aéreo… Basicamente, tivemos um Arsenal dominador e um City controlador, usando e abusando de ataques rápidos e defendendo de forma excelente… É notório que Cesc Fabregas está em baixo e é óbvio que a equipa de Wenger sofre com isso, não só pelo equilíbrio táctico que o espanhol permite, mas também pela capacidade que tem para entender a melhor forma de se colocar no meio-campo adversário para provocar desequilíbrios, é um tecnicista inteligentíssimo! Tenho também que deixar uma palavra de apreço para a boa entrada de Rosicky, não só pelo golo marcado, mas também porque deu uma maior criatividade ao processo ofensivo dos gunners, a entrada do checo deveria mesmo ter acontecido antes, uma vez que era visível a falta de um criativo na equipa forasteira, um homem capaz de decidir o melhor a fazer nos diferentes momentos do jogo e realizar tal coisa de forma brilhante! Nos últimos 15 minutos, o Arsenal mostrou a sua qualidade ofensiva, tendo encostado o City bem atrás, porém, esse mesmo balanceamento ofensivo custou-lhes muito caro, dado que a equipa da casa aproveitou os espaços para se lançar em contra-ataque e decidir realmente o jogo…

Valeu somente pela vitória

Finalmente posso dizer a palavra "vitória" num artigo sobre o nosso país! Esta noite tivemos um jogo muito intenso, com mais nervosismo por parte de ambas as equipas do que propriamente qualidade e inteligência, notou-se claramente que houve um Portugal menos dominador mas mais controlador e perspicaz, muito também devido ao facto de ter marcado um golo bastante cedo, a nossa selecção teria certamente este mesmo comportamento se tivesse concretizado uma das muitas oportunidades no jogo frente à Dinamarca, mas isso já faz parte do passado…

Com Ronaldo e Liedson na frente, dupla que não se entende na minha opinião, é notório que ambos querem demasiado a bola e também desejam ser eles os pontos de referência, quando assim é não se obtém uma dupla de ataque inteligente e eficaz mas perde-se completamente o potencial de dois jogadores importantíssimos… A Hungria esteve muito abaixo das expectativas, demonstrou que muito do seu jogo passa pela anulação do jogo adversário, criando assim uma ideia de destruição de princípios de jogo importantes e interessantes para o próprio ritmo de jogo, mas cada equipa tem o direito de se apresentar em campo como achar mais conveniente como é óbvio. Tenho também de assinalar que Portugal não fez uma grande exibição, longe disso, mas ao contrário de outros jogos, soube sofrer nas alturas certas e conseguiu concretizar pelo menos uma vez, talvez seja melhor assim do que conseguir dominar totalmente o jogo mas não vencer. A dupla de centrais nacional é espantosa, possuem uma capacidade de antecipação, desarme e impulsão muito acima da média e são os salvadores do nosso guarda-redes Eduardo que francamente não possui qualidade suficiente para ser titular na selecção das Quinas!

Este sistema de jogo demonstra bastantes aspectos positivos e algumas fragilidades como é normal, temos laterais propícios para este “jogar” e um meio-campo trabalhado, perspicaz e evoluído técnica e tacticamente, mas no entanto não temos uma dupla de ataque suficientemente entrosada e eficaz tal como referi em cima, o que se pode tornar crucial para este 4x4x2 em losango, isto são apenas suposições de um português que ficou bastante contente com o resultado, mas pouco confiante com a exibição apagada!

Os segredos da nossa selecção

Amanhã a nossa selecção de esperanças terá que enfrentar a Lituânia num jogo de apuramento para o Europeu de 2011… Depois de uma excelente partida contra a Irlanda do Norte, pena foi a vitória pela margem mínima, dado que os jogadores portugueses pecaram bastante na finalização, esperemos que amanhã os miúdos de Oceano estejam prontos para brilhar oficialmente!

Esta selecção deverá alinhar num 4x3x3 com Ventura na baliza, Ruben Lima a defesa-esquerdo, Miguel Vítor e Carriço a centrais e Tengarrinha na direita, apesar de este ser um central de raiz, no meio-campo deverão jogar Adrien Silva, André Santos e Castro e o tridente ofensivo, recheado de técnica, talento e explosão, será formado por Ukra, Fábio Coentrão e Yazalde! Não há dúvidas que temos jogadores fantásticos, com potenciais espantosos, com margens de progressão enormes, falta saber se isso será suficiente para garantir um lugar no Europeu de 2011, eu espero e acredito que sim! O nosso meio-campo é bastante lutador e é mais inteligente do que propriamente tecnicista, Adrien e André são dois médios com características bastante defensivas, que sabem ocupar muito bem os espaços, demonstram uma qualidade de passe fantástica, principalmente no passe longo, mas um pouco mais de agressividade não lhes faria mal, talvez com o decorrer da idade isso chegue, à frente deles temos um jogador formado no FC Porto e que actualmente é titularíssimo em Olhão, Castro é um típico “box-to-box”, capaz de aparecer muito bem nas duas áreas, com um “pulmão” invejável e com uma visão de jogo bem apreciável… A dupla de centrais é, de facto, excelente, não será muito atrevido dizer que será a nossa dupla de centrais no futuro, agressividade, excelente posicionamento, qualidade no desarme e no passe e forte personalidade são as marcas mais fortes destes dois prodígios! Ukra e Fábio Coentrão, pouco evoluídos tacticamente, é certo que já estiveram pior, mas mesmo assim ainda poderão e deverão melhorar, quanto à parte técnica são fabulosos, conseguem juntar uma enorme técnica à velocidade e à capacidade de explosão, demonstrando realmente que são capazes de tudo, principalmente de realizarem excelentes cruzamentos... Yazalde é um bom finalizador, mas dá-se melhor como 2º avançado ou então actuando numa ala, mas também tenho que referir que são essas suas deambulações que permitem algumas nuances tácticas interessantes à nossa selecção, uma vez que aquela zona mais ofensiva do terreno é rica em várias coisas e a grande mobilidade é uma delas!

Jovens Promessas

Kerlon, actualmente no Ajax.

Nome:
Kerlon Souza

Nacionalidade: Brasil
Idade: 21 anos (1988-01-27)
Clube: Ajax (E)
Posição: Avançado
Altura: 1.67m
Peso: 66 kg

Kerlon Moura de Souza nasceu em Ipatinga a 27 de Janeiro de 1988 e com apenas dezoito anos foi um dos destaques da formação do Cruzeiro! O mago de Ipatinga foi apelidado de foquinha por ter inventado o "drible da foca", que consiste em driblar os adversários carregando a bola com a cabeça. Após uma passagem rápida pelo clube da cidade de Verona, o Chievo, o brasileiro foi de novo emprestado pelo Inter de Milão, agora ao Ajax de Amesterdão!

Este avançado é um excelente jogador, muito criativo, recheado de técnica, bastante rápido e habilidoso, é sem dúvida uma das grandes promessas do futebol canarinho, mas está na altura de passar essa fronteira de promessa, ele tem um potencial enorme é certo, mas falta-lhe alguma disciplina táctica, ou seja, capacidade para compreender o que deve ou não fazer em determinadas situações no jogo. É muito curioso o facto de um jogador provido de tanta técnica e de pouca eficácia, tivesse acabado no campeonato que mais penaliza a técnica individual, tal como é a Serie A, mas esperemos que ele consiga mostrar o seu real valor na Holanda, um campeonato mais adequado a si. Resta saber se o período de aprendizagem que irá ter poderá fazer dele um jogador novo para assim trazer à equipa "nerazzurri" um toque de pura magia!

Internazionale, um caso sério...


Como já devem ter percebido eu sou um fã de José Mourinho e dos seus métodos de trabalho e de gestão, mas desde logo se nota diferenças no futebol praticado pela sua equipa actual em relação ao futebol que o seu conjunto praticou no ano passado... Muita e melhor posse de bola, um futebol mais organizado, com triangulações e desmarcações constantes e muito desequilibradoras numa zona pressionante, uma versatilidade táctica estupenda, jogando de forma lenta e apoiada quando é preciso e pertinente e jogando de forma rápida e em profundidade nos momentos certos e com a capacidade de explosão necessária! É certo que uma coisa há em comum no futebol praticado por esta e pela equipa do ano anterior, a enorme objectividade, isso já se tem tornado habitual nas equipas do “special one” e ainda bem, mas uma coisa é ser-se objectivo e deixar o domínio e a maior parte da posse de bola para a equipa adversária e outra totalmente diferente é quando essa mesma objectividade pode ser traduzida no domínio do jogo e na muita posse de bola da equipa!

Sneijder, mesmo sem rotinas e sem entrosamento com os seus companheiros, fez um bom jogo, é este o jogador tão pretendido pela equipa técnica e o tal que é necessário para dar criatividade à equipa e uma maior capacidade de abrir espaços nas defesas adversárias, que por exemplo o Inter da época passada não tinha… O holandês é um verdadeiro criativo, capaz de fazer o tão importante último passe no momento certo e de forma brilhante! Na minha opinião, a equipa de Milão possui o melhor lateral-direito do Mundo de seu nome Maicon, este jogador ofensivamente é extraordinário, os seus cruzamentos são fabulosos e a sua técnica é digna de um jogador de extrema classe, para acrescentar ainda tem uma velocidade com bola admirável, este seu desempenho a nível ofensivo é de extrema importância quando se joga num 4x4x2 em losango, dado que este brasileiro com estas suas características consegue dar a tal profundidade e a largura por vezes bem necessária à equipa, a nível defensivo é igualmente disciplinado tacticamente e também muito acima da média e então quando tem Zanetti do seu lado, este flanco direito torna-se quase impenetrável!

Com a saída de Ibrahimovic, jogador pouco evoluído tacticamente, mas dos mais evoluídos a nível técnico que existe no mundo do futebol, o Inter perdeu algumas coisas e ganhou outras, entre as quais uma verdadeira dupla de ataque, Eto’o e Milito entendem-se às mil maravilhas e já garantem golos… É bastante frequente vermos um destes jogadores a recuar um pouco para tentar executar uma tabela um pouco mais atrás no terreno, ou com o médio-ofensivo ou então com um dos interiores, isto diz muito da disciplina táctica e da total entrega ao jogo em prol da equipa, é certo que com a saída da “girafa sueca” o ataque do Inter perdeu alguma técnica e alguma imprevisibilidade, mas ganhou mais capacidade colectiva, maior mobilidade e uma maior eficácia com as entradas do camaronês e do argentino! O guarda-redes milanês é brilhante quanto a mim, muito elástico, com reflexos espantosos, muito rápido a sair dos postes, com uma voz de comando intensa e com um bom toque de bola para GR, para além disso irá ter, quanto a mim, uma dupla de centrais muito forte à sua frente, Chivu e Lúcio, dois homens extremamente seguros, rápidos, muito fortes no desarme e no jogo aéreo, principalmente o brasileiro, e que adoram sair a jogar com a bola bem dominada, anulando a função do médio-defensivo e permitindo-lhe outra mobilidade, certamente numa zona mais ofensiva! Este Inter de Milão tem que ser levado a sério quanto à conquista da Champions League!

O grupo do Benfica "visto à lupa"

Difícil, mas totalmente possível

Everton, AEK de Atenas e BATE Borisov são os adversários do Benfica no Grupo I da Liga Europa. Um grupo que não irá ser tarefa fácil para a equipa de Jorge Jesus, que ainda assim tem todas as condições para garantir o apuramento.

O Everton é o adversário mais conceituado e o que irá causar mais dificuldades aos encarnados teoricamente, até por ter sido incluído no segundo pote. A equipa inglesa conta com jogadores de inegável qualidade, desde logo o médio brilhante espanhol Mikel Arteta, mas também Tim Cahill, versátil médio-ofensivo australiano, o francês e matador Louis Saha e o brasileiro Jô, vindo esta época do City. No play-off de acesso à fase de grupos a equipa de David Moyes eliminou o Sigma Olomouc, com um resultado conjunto de 5-1.

O pote 3 "ofereceu" ao Benfica uma prenda indesejada, o AEK era uma das equipas mais fortes desse lote de equipas, sobretudo pelas dificuldades inerentes a um jogo no escaldante ambiente de Atenas. Com um português no plantel – Geraldo, que já passou pelo Benfica, tal como o seu colega de equipa Manduca –, a formação de Atenas também manteve o técnico sérvio Bajevic, que habitualmente escala a equipa utilizando um 4x3x3 ou um 4x4x2. Roger Guerreiro, médio-ofensivo polaco, de origem brasileira, e Leonardo, outro criativo brasileiro, que deu nas vistas no Levadiakos, são os principais reforços, aos quais se juntou recentemente o promissor avançado húngaro Németh, emprestado pelo Liverpool. No entanto, grande parte do poder dos gregos passa pelo tridente explosivo e matador da frente, formado pelo argelino Djebbour e pelos argentinos Scocco, jogador com mais assistências para golo na última liga, e Blanco, o melhor marcador da Liga Grega em 2007/08 e 2008/09!

O BATE Borisov é a equipa menos cotada deste Grupo I, mas é bom não esquecer que foi três vezes campeão da Bielorrússia nos últimos quatro anos, e que conta com uma presença na fase de grupos da Liga dos Campeões no último ano, o que permitiu a esta formação ganhar alguma experiência europeia e até conseguiram ter um desempenho razoável, empatando os dois jogos frente à Juventus. Esta equipa possui no seu plantel o médio Krivets, uma das grandes promessas do futebol bielorrusso e também conseguiu recuperar o goleador Rodionov, depois de este ter passado pelo futebol alemão... O BATE eliminou o Litex Lovech no play-off, 4-1 no total da eliminatória!

Um Porto diferente e um Nacional demasiado estático

Penso que ninguém esperava uma vitória do Porto por 3-0 frente ao Nacional, mas também é certo que o que se passou aos 66 minutos foi lamentável e contribuiu para o resultado final…

Passando ao jogo, tenho que realçar o aumento da qualidade no “jogar” do Futebol Clube do Porto em relação ao jogo de Paços de Ferreira, existiu uma maior dinâmica e uma outra intensidade no jogo da equipa portista, com Belluschi mais solto no apoio à linha da frente, que apesar de por vezes demorar demasiado tempo a executar, demonstrou a sua enorme qualidade no passe e a sua criatividade, existiu de facto outra imaginação no jogo da equipa portista e com Mariano e Varela bastante activos, sempre partindo para o 1x1, criando desequilíbrios e dando profundidade ao jogo da equipa, muitas vezes fazendo sempre um movimento que Jesualdo pretende: indo à linha e fazendo um passe rasteiro para a entrada da grande área, surpreendendo assim a defesa adversária que tinha uma estatura muito superior com a entrada veloz de Belluschi ou então com a rapidez dos movimentos de Falcão… Este número 9 é um “homem de área” que adora aparecer no espaço vazio e que demonstra facilidades para tal, dado que é bastante móvel e possui inteligência nos seus movimentos, tenho também que dizer que apesar de ele ser um guerreiro é um pouco fraco fisicamente e em lances onde o forte contacto físico era inevitável para lutar com os defesas madeirenses ele perdeu quase sempre a bola, demonstrando alguma fragilidade nesse capitulo!

Eu realcei a qualidade do jogo do Porto, mas também tenho que acrescentar que a forma de jogar do Nacional é completamente diferente da do Paços de Ferreira, o Nacional gosta de dar o domínio do jogo ao adversário, uma vez que uma coisa é dominar e outra totalmente diferente é controlar… Os madeirenses, por norma, surpreendem os adversários em lances de bola parada ou então em ataques rapidíssimos, usufruindo da enorme velocidade dos seus homens da frente! Rúben Micael é um autêntico condutor de jogo de enorme qualidade, faz transições recheadas de qualidade e sabe quando é o momento certo para prosseguir com a bola dominada ou então para fazer o passe de ruptura, admito que em determinados momentos parece que o 14 madeirense não está a jogar, passando assim ao lado do jogo, mas há jogadores que, mesmo não sendo obcecados pela posse da bola, sabem o que fazer ao esférico nos momentos certos, lembram-se por exemplo de Lucho!?

Leandro Salino, um médio brasileiro de 24 anos, foi um jogador que me chamou a atenção, não só por ser muito perspicaz a nível táctico, ajudando muito Patacas a fechar, dando-lhe também mais segurança para subir bastante pelo flanco direito, mas também porque é muito evoluído tecnicamente, conduz a bola sempre bem colada ao pé, recebe quase sempre de forma perfeita e consegue libertá-la com muito engenho, é um médio bastante completo e certamente um jogador para ser acompanhado de perto durante toda a época! Para terminar, vou falar sobre Raúl Meireles, o melhor médio a realizar transições no futebol português… Este jogador ainda não está no auge da sua forma, nem perto disso, mas mesmo assim as suas qualidades são admiráveis e mesmo sendo evidente algum desgaste no português, Jesualdo Ferreira não o consegue colocar de início no banco de suplentes, visto que ele consegue desequilibrar em passe e em condução com facilidade e, fundamentalmente, consegue dar um equilíbrio notável e essencial à equipa nas diferentes fases do encontro!

Intensidade e muita dinâmica

Não existiu um domínio da equipa forasteira como eu previa, apesar de mesmo assim terem vencido o jogo por uma bola a zero, também porque tivemos um Vitória muito disciplinado tacticamente e sempre muito determinado, é claro que o 3x4x3 que muitos falam era um “falso 3x4x3”, facilmente desdobrável num 4x2x3x1 com Moreno a jogar perto de Flávio Meireles, com Desmarets e Andrezinho a laterais ajudando muito no processo ofensivo e com Tiago Targino e Jorge Gonçalves nas alas prontos a explodir como eu bem avisei…

E foi mesmo pelas alas que o Guimarães desequilibrou mais, uma vez que era esse o local com mais espaços de manobra para desequilíbrios e também com mais facilidades para tal, Shaffer e Rúben Amorim tiveram muitas dificuldades, principalmente quando Nuno Assis também caía numa das alas… Nem com Di María na esquerda e Ramires na direita a compensação defensiva era feita de forma assinalável, houve um domínio total do Guimarães nas faixas e a utilização do losango por parte do Benfica não é argumento para justificar tal coisa, uma vez que mesmo utilizando o 4x4x2 em losango, quando a ocupação dos espaços é feita de forma racional e inteligente e quando as permutas posicionais dos interiores com os laterais são bem-feitas não há razões para utilizar a expressão “domínio do adversário” quando se fala acerca das alas. Foi por aqui que o jogo do Benfica se “danificou” um pouco, com os interiores demasiado preocupados em ajudar os laterais no processo defensivo foi normal não se terem soltado tanto a nível ofensivo nem se terem sentido tão tranquilos para tal, aqui está mais um exemplo que uma equipa é um todo e quando a dinâmica é alterada devido a algumas peças desse mesmo todo tudo fica diferente e só com muita experiência e com muito entrosamento é que isso se consegue colmatar!

Nuno Assis, um organizador de jogo digno de um grande, apesar de ter acabado por ser expulso fez um jogo fantástico, triangulações brilhantes, dribles fabulosos, criou espaços de forma inteligentíssima… Eu gosto mesmo de o ver jogar e se a sua qualidade no remate fosse superior tenho a certeza que a esta altura não estaria na Vitória de Guimarães! Realçando agora dois jogadores pela negativa, posso dizer que Luisão e Quim estiveram muito mal durante o jogo, o primeiro esteve sempre muito inseguro e se não fosse o seu parceiro fabuloso as coisas poderiam ter sido negras, nota-se claramente que está um pouco abaixo da sua forma habitual e assim não consegue dar o rendimento necessário, tendo em conta as exigências da equipa como é óbvio, quanto ao segundo, realço a sua insegurança dentro e fora dos postes, será que quem defende penalties passa a ser de imediato um bom guarda-redes!? É claro que não, mas sinceramente é o que parece em alguns momentos, a sua qualidade está uns furos abaixo do que se pretende para o SLB!

Fábio Coentrão, um miúdo em nítida ascensão! Com uma maior tranquilidade a nível disciplinar e com mais oportunidades para se mostrar tudo fica diferente para melhor, tanto para ele como para a sua equipa, tem um pé esquerdo invejável associado a uma velocidade estonteante e a uma capacidade de explosão em curtos espaços do terreno, se não tivesse na luta com Di María seria, sem qualquer dúvida, titularíssimo neste Benfica! Dou os parabéns a Nelo Vingada que apesar de ter perdido o jogo demonstrou versatilidade táctica e deu a tão merecida oportunidade a Jorge Gonçalves que fez um bom jogo, apesar de ainda ter acusado um pouco a pressão, este Guimarães será uma equipa a ter em conta para a luta pelos lugares que dão acesso à Europa e os adversários que se cuidem, dado que os contra-ataques deste Vitória são ricos em objectividade e velocidade que fundamentalmente é o que se exige!

Jovens Promessas

Jack Wilshere, actualmente no Arsenal.

Nome: Jack Wilshere
Nacionalidade: Inglaterra
Idade: 17 anos (1992-01-01)
Clube: Arsenal
Posição: Médio-Ofensivo
Altura: 1.70m
Peso: 65 kg

Jack Wilshere é natural de Inglaterra, ele é tido como uma das, senão a mais próspera promessa da equipa de Arsène Wenger. Canhoto, com 170cm é uma promessa capaz de fazer maravilhas em qualquer estádio, mostrando que apesar da sua idade não acusa a pressão dentro da maravilhosa Premier League, para além disso a sua versatilidade e a sua criatividade também são dois dados adquiridos!

Em Janeiro de 2008 assinou um novo contrato com o Arsenal, mas ainda não foi um contrato profissional, apesar de não demorar muito com certeza! Nesta altura também foi convocado pela primeira vez para representar os Sub-17 de Inglaterra. Jack Wilshere fez a sua estreia na Premier League no dia 13 de Setembro de 2008, substituindo Robin Van Persie aos 39 minutos do segundo tempo, na vitória por 4-0 sobre o Blackburn Rovers. Tornou-se o mais jovem estreante do Arsenal na liga, aos 16 anos e 256 dias de idade, recorde anteriormente detido por Gerry Ward.

Quanto a uma suposta comparação com o ídolo do clube e ex-jogador Dennis Bergkamp, Wenger foi enfático: “Acho que Wilshere vai acabar a jogar na mesma posição que Bergkamp exercia no meio-campo. Ele tem uma grande qualidade para penetrar na defesa adversária!”... Encontro também neste inglês algumas semelhanças com o galês Ryan Giggs, é igualmente rápido a pensar e a executar, pode jogar em várias zonas do terreno e é muito fino a jogar, dotado de uma técnica acima da média, sempre com bastante imaginação no seu jogo, mostrando também a sua enorme capacidade de explosão. Não tenho dúvidas que este miúdo está no clube certo, com o treinador certo, para evoluir de forma significativa!

A determinação e a motivação no TOPO

Esta noite tivemos um Sport Lisboa e Benfica recheado de dinâmica e talento, exibindo-se da melhor forma com uma vitória folgada, nota-se claramente que os índices de motivação e determinação naquele balneário estão altíssimos e quanto a isso basta dar mérito a JJ!

Com Aimar e Javi García a exibirem-se de uma forma estupenda, tudo fica mais fácil para os processos do Benfica, existindo assim uma ocupação dos espaços perfeita de forma racional e uma procura dos mesmos de forma bastante inteligente e criativa, Javi gosta de utilizar o seu porte físico para se impor perante os adversários, acrescentando o seu excelente posicionamento a essa mesma “agressividade positiva” estamos perante um médio-defensivo que será naturalmente indiscutível nesta equipa, quanto ao argentino já disse muitas coisas (positivas e negativas), mas neste momento só posso mesmo elogiá-lo, dado que com movimentações excelentes tanto em diagonais para o meio como para uma das alas mostrou ser sem dúvida um desequilibrador, depois desses mesmos movimentos ou tentava fazer uma triangulação ou então um passe de ruptura como só ele sabe!

Ramires entrou muito bem no jogo, deu mais segurança defensiva em relação à que Fábio Coentrão estava a dar, uma vez que “renovou” o pressing alto da equipa, ocupando sempre muito bem os espaços, ajudando assim a equipa a defender com a segurança e disciplina necessárias para desde logo preparar o processo ofensivo da melhor maneira possível (um dos princípios tácticos que Jorge Jesus quer e que “a zona” assim exige!), para além disso também é notória a capacidade de explosão associada à técnica que está presente neste jovem brasileiro. Tenho também que deixar aqui uma palavra de qualidade para Weldon, um avançado que salta do banco e que consegue marcar pela segunda vez consecutiva em jogos oficiais é, sem dúvida alguma, mais um exemplo da enorme motivação e ambição que estão presentes dentro da equipa dirigida por Jesus…

Os ucranianos do Vorskla Poltava não foram uma equipa difícil de anular a nível ofensivo, bem pelo contrário, visto que não possuem grandes soluções para atacar de forma apoiada, a única solução era atacarem de forma rápida aproveitando desorganizações defensivas adversárias, mas aí entra o mérito do Benfica a nível defensivo no jogo desta noite! Foi notório que os ucranianos não têm jogadores evoluídos a nível técnico, mas a nível táctico mostraram alguns pormenores interessantes que no entanto não foram suficientes, tal como o resultado assim evidencia…

Falando agora do tal mérito defensivo do SLB, tenho que falar de David Luiz como é óbvio, se jogar onde gosta e onde sabe o seu rendimento sobe imenso, apesar de por vezes demonstrar ser um jogador muito temperamental o seu talento está sempre lá e quando é bem aproveitado todos ficam a ganhar, ele é um central muito evoluído tacticamente, possui um jeito peculiar para se antecipar aos adversários e no que toca a sair com a bola dominada é realmente fantástico, ao nível dele em Portugal só mesmo Bruno Alves, qualidade de passe e visão de jogo tremenda para um jogador com as suas funções, para equipas como o Benfica onde o ataque organizado é o pretendido este tipo de centrais são muito importantes para ajudarem logo na rápida e importante circulação de bola! Para terminar, deixo só um breve comentário sobre Cardozo: Para mim é um dos melhores finalizadores existentes no futebol Europeu, o que dizer sobre aquele pé esquerdo brilhante!?

Perdeu uma Taça, mas "ganhou uma equipa"

Este foi um dos melhores jogos do Inter desde que Mourinho chegou a Milão, foi uma equipa que demonstrou um sistema de jogo baseado em princípios tácticos muito objectivos, inteligentes e criativos, mas ao contrário do habitual, os jogadores deste conjunto estiveram pouco eficazes!

O passe longo para aproveitar a enorme velocidade e capacidade técnica dos dois avançados foi feito quase sempre de forma perfeita, havendo também muito treino para este tipo de situações durante o jogo como é bem visível, é notório que José Mourinho privilegia este princípio táctico, dado que tanto neste Inter como nas suas anteriores equipas ele queria este “pormenor” bem presente, dando uma maior objectividade ao jogo dos seus conjuntos, mas também corre sempre o risco de cair numa maré de previsibilidade quando este mesmo movimento é utilizado por diversas vezes!

Lúcio estreou-se da melhor forma em competições oficiais, esteve sempre muito seguro no desarme e sublime no posicionamento, transmitindo sempre grande segurança para todos os seus companheiros, no capítulo do processo ofensivo foi simplesmente brilhante, saiu sempre muito bem com a bola dominada pela zona central, fazendo o passe quase sempre em excelentes condições para quem o recebeu, para além disso, dá também a este Inter uma nova e muito boa solução para os lances de bola parada, uma vez que é fortíssimo no jogo aéreo… Este brasileiro será indiscutível no centro da defesa, só falta mesmo saber quem será o seu companheiro!

Thiago Motta, mesmo com uma exibição discreta, ajudou bastante a fechar o flanco direito, dando assim uma maior segurança a Maicon para subir pelo seu flanco como ele tanto gosta… Motta dá uma disciplina táctica importante a esta equipa nas diferentes fases do encontro! Os dois jogadores da dupla de ataque deste Inter parece que já jogam juntos há largos anos e na realidade nem há um mês, só mesmo com uma capacidade de adaptação enorme e com um potencial soberbo é que isto se torna possível! Eto’o e Diego Milito são dois avançados bastante móveis, com um sentido posicional incrível que aparecem sempre no sítio certo e que por norma não desperdiçam oportunidades flagrantes de golo… Infelizmente, hoje estiveram muito perdulários na hora da finalização, mas todo o trabalho que realizaram, tanto no início do pressing alto da equipa como nas movimentações explosivas em profundidade, foi de facto notável… Esta irá ser uma dupla de ataque que dará muito que falar tanto em Itália como em toda a Europa, isso eu posso garantir!

Para terminar, vou só dar a minha opinião quanto a um erro táctico de JM: Como é óbvio, José Mourinho só tinha mesmo que arriscar a perder por 2-0 e foi o que fez… Jogando num 4x2x4 muito ofensivo, quando a sua equipa possuía a bola existiam muitos jogadores seus na área e nas faixas laterais, mas onde havia realmente espaço (numa segunda linha ofensiva, local para os médios aparecerem a desequilibrar) Mourinho não colocou ninguém, ou melhor, retirou Stankovic e Muntari, deixando em campo Vieira e Cambiasso que são nitidamente médios com características bastante mais defensivas. Tudo bem que se tornaria ainda mais arriscado deixar em campo Stankovic e/ou Muntari, mas não teria sido a melhor coisa a fazer!? Porque como toda a gente viu, a Lázio depois de sofrer o golo não se preocupou mais em atacar, defendia com todos os homens atrás da linha da bola… Mas é claro que isto é apenas um pormenor, nada de muito relevante em relação ao enorme desperdício que hoje houve em Pequim!

Real Madrid, uma equipa complexa


O clube da capital espanhola continua a movimentar-se no mercado, na maior parte das situações com valores de transferência bem altos. Desta vez o clube merengue chegou a acordo com o Liverpool para a transferência de Xabi Alonso, pagando 30 milhões de euros para garantir o espanhol que tanto jeito irá dar para equilibrar aquele meio-campo!

Com isto só vejo duas opções tácticas para Pellegrini, a primeira e na minha opinião a mais indicada é o 4x2x3x1, com Benzema solto na frente, Kaká nas suas costas e Ronaldo e Robben ou quiçá Ribery com liberdade para deambular entre as alas e o meio como eles tanto gostam e o sabem fazer, com isto teríamos uma diferença em relação ao modelo da primeira versão dos "galácticos" que apenas tinham um médio com características mais defensivas (Makelele), neste temos um Xabi Alonso e um Lassana Diarra que são capazes de equilibrar a equipa, tanto a atacar, como a defender, como a transitar, a defesa com Marcelo, Pepe, Albiol e Sérgio Ramos ou Arbeloa é o sector mais fraco e necessita de 1 ou 2 reforços, mas mesmo se não chegar mais ninguém a este plantel é legítimo afirmar que o Real Madrid só pode mesmo ser um candidato à conquista da Liga dos Campeões!

A segunda opção trata-se de utilizar um sistema táctico próximo do 4x4x2 clássico, o que Pellegrini mais gosta, mas na minha opinião colocar Kaká a médio-centro seria desperdiçar todas as qualidades do astro brasileiro, dado que como todos sabemos num sistema como este, os dois médios-centro terão que ser muito completos para assim conseguirem equilibrar a equipa nas diferentes fases do jogo, Kaká é um 10 puro e ainda não está preparado para ficar sem a sua "liberdade" a jogar futebol! Com esse sistema táctico teríamos um ataque com Raúl e Benzema, bastante móveis e capazes também de construir um pouco o jogo da sua equipa ou pelo menos de dar a tão importante linha de passe para desorganizar as marcações da equipa adversária e criar desequilíbrios em posse, também com Cristiano Ronaldo e Robben que já estão habituados a jogar neste sistema, a equilibrarem a equipa no momento defensivo, fechando juntamente com o lateral e a explodirem na hora do processo ofensivo, demonstrando todas as suas espantosas capacidades. A defesa seria igual à que eu referi em cima e o guarda-redes só pode mesmo ser Iker Casillas!

Manuel Pellegrini tem a difícil tarefa de construir um "onze" onde encaixem todos os galácticos e não pode fechar a sua mente a novas ideias, dado que dentro do seu modelo de jogo e com os seus princípios sempre presentes num sistema base pode, como é óbvio, fazer alguns alinhamentos tácticos e dar aos jogadores a possibilidade de evoluírem e de jogarem onde realmente gostam e onde realmente se sentem bem. Como todos os treinadores, o chileno deve possuir princípios fundamentais assentados num sistema base, mas não se pode limitar a encaixar os jogadores, deve sim ser inteligente e encontrar diferentes formas para que o potencial enorme de cada jogador sirva da melhor maneira o colectivo. E isso irá catapultar, sem dúvida alguma, qualitativamente a sua equipa!

Barcelona 08/09


Uma vez que a nova época está quase a começar achei por bem falar um pouco da melhor equipa da época anterior, assim sendo só poderia mesmo abordar o Barcelona!

É certo que na época passada tivemos um Barcelona dominador e conquistador, capaz de fazer o tão famoso “triplete”, com um treinador capaz de inserir princípios bastante importantes no futebol actual que anda demasiado comercial. Mas será que Pep Guardiola não deu um salto enorme no que toca à sua carreira de jogador-treinador? Ele apenas tinha treinado durante um ano antes de ingressar na equipa principal do Barça para executar a tão importante função de treinador, pelos vistos a escolha não foi precipitada e o espanhol estava preparadíssimo!

Passando ao fundamental, posso afirmar que o ataque posicional do Barça é uma coisa fabulosa, sempre com uma abundante posse de bola numa zona de pressão, com transições lentas e seguras, criando sempre bastantes desequilíbrios nas defesas adversárias, com trocas posicionais constantes, triangulações eficientes e com uma circulação de bola rápida e muito trabalhada… Xavi é, sem dúvida, o elo de ligação entre a linha mais recuada e a linha mais avançada do terreno, é um “box-to-box” moderno, capaz de fazer bastantes quilómetros durante os 90 minutos e tanto ajudava Yaya a fechar e a equilibrar como Iniesta a desequilibrar e a criar espaços, possui uma inteligência fora do normal a jogar futebol e sabe utilizá-la da melhor forma, parece que já sabe o que vai acontecer e o que tem de fazer em cada jogada. A faixa direita desta equipa fascina qualquer um, na minha opinião é a melhor a vários níveis, junta-se um dos melhores laterais da actualidade, Daniel Alves, ao homem mais desequilibrador no mundo do futebol actual, Lionel Messi! O 1º é muito seguro a defender e interpreta as jogadas de uma forma espantosa, consegue explodir completamente com a bola nos pés e dá bastante profundidade ao seu flanco, assim sendo e demonstrando um enorme entendimento e cumplicidade com Messi, é claro que se torna mais fácil criar desequilíbrios em condução ou em passe… Falando do espantoso argentino, consigo explicar facilmente o seu sucesso: bastante velocidade com bola + dribles fantásticos + domínio e controlo de bola perfeitos + enorme alegria a jogar futebol = PURA MAGIA! Leo Messi tem uma capacidade de explosão fora do normal, ele gosta de aparecer muitas vezes entre-linhas e mal recebe a bola consegue logo partir em velocidade, criando muitos desequilíbrios com os seus fantásticos dribles ou então com a sua perfeita visão de jogo, na minha opinião, este miúdo argentino é o melhor do Mundo a desequilibrar individualmente!
Pep Guardiola montou um sistema táctico onde os princípios de jogo que ele pretende estão muito bem definidos e são bem visiveis… Os ataques da sua equipa são ricos em excelência, bastante organizados e apoiados, criando com isso naturais desequilíbrios em posse, ele mentalizou os seus jogadores a finalizarem apenas quando as hipóteses de êxito são assinaláveis, mesmo que para isso seja necessário circular a bola na grande área do adversário... Eles conseguiram aguentar uma época inteira, sempre ao mais alto nível, com um tipo de jogo onde é necessário estar muito bem preparado a todos os níveis, dado que quando o pressing alto e a posse de bola estão associados tudo se torna mais duro e exigente para os jogadores que executam esses mesmos princípios de jogo, não obstante de também se dificultar muito mais a vida aos adversários quando essa associação está suficientemente mecanizada e organizada para garantir o tão esperado sucesso!

Os jogadores do Barcelona apenas com uma suficiente mobilidade, mas com muita inteligência e criatividade na criação de espaços, conseguem criar constantemente linhas de passe, sendo que com eles é a bola que percorre muitos e muitos quilómetros, não são eles a fazer tal, o que se torna muito importante para aguentarem uma época inteira a um ritmo louco e com índices de exigência brutais como foi a época transacta! Posso também dar um exemplo do comportamento de um Barça a passar por dificuldades, mas que consegue dar a volta por cima de uma forma excelente, por exemplo quando a defesa foi sujeita em alguns jogos a uma pressão bastante alta, ninguém perdeu o discernimento e com, na maior parte das vezes, Yaya Touré a servir de apoio saíam a jogar com bastante segurança, sendo muito raro vermos alguém a utilizar o passe longo quando estava mais apertado, isto deve-se à qualidade dos movimentos da equipa, é simples conseguir jogar assim quando existe entrosamento, determinação e acima de tudo muito e bom treino! Esta forma de jogar veio destruir completamente princípios de jogo ancestrais, onde se pensava que para se ganhar não se podia jogar sempre bem nem sempre da mesma forma, com isto criou-se assim uma nova forma de pensar o futebol, contribuindo de forma extremamente positiva para o fabuloso espectáculo que é este desporto! Eu não irei alargar muito mais o meu texto e só para terminar vou falar um pouco de Andrés Iniesta, este jogador está "muito à frente" sinceramente, tem uma leitura de jogo brilhante e demonstra uma facilidade incrível tanto para aparecer na área adversária para finalizar ou tabelar como para iniciar o enorme pressing logo no meio-campo adversário. É, sem dúvida alguma, um fenómeno, é muito mais do que um simples médio criativo, desequilibra com a equipa e organiza para a equipa, nunca perdendo o controlo defensivo, visto que tem sempre a táctica presente dentro de si e sabe interpretá-la e executá-la da melhor forma, sendo para mim um dos jogadores onde mais se nota o espantoso trabalho feito por Guardiola, que sobre ele disse o seguinte: "Não usa brincos, não tem tatuagens, tem o cabelo curto, não embirra por jogar apenas vinte minutos e, no entanto, é o melhor de todos"!

"VIVA O BOM FUTEBOL, VIVA O BARCELONA"

Mister diferente, processos diferentes, balneário diferente

O Sport Lisboa e Benfica venceu o 3º Torneio nesta pré-época com uma vitória tranquila por 2-0 frente ao Vitória de Guimarães, depois de ontem ter batido o Portsmouth por quatro bolas a zero, esta noite quem resolveu balançar as redes foi novamente Weldon a passe de Urreta e Rúben Amorim numa excelente jogada entre Aimar e Saviola!

Fazendo uma análise global ao Torneio Cidade de Guimarães, diria que vimos um Portsmouth ainda um pouco atrasado na preparação, com processos bastante lentos e com uma defesa muito frágil, explicando também o fraco 14º lugar da época anterior no campeonato inglês, espero sinceramente que Paul Hart consiga fazer progressos a vários níveis!

Quanto ao 2º classificado do torneio e anfitrião do mesmo, posso dizer que tem 4 jogadores fabulosos e que muito bem aproveitados poderiam afirmar-se num “grande”, estou a falar é claro de Nilson, Jorge Gonçalves, Nuno Assis e de Roberto, o primeiro é um elemento fortíssimo, um líder que transmite segurança para toda a equipa, é bastante rápido a sair dos postes e entre os mesmos é capaz de defesas brutais com um nível de dificuldade muito elevado, o 2º actuou no Racing Santander na época passada, actualmente tem 25 anos e já demonstra uma maturidade impressionante, é dotado de uma técnica soberba e capaz de deambulações estonteantes, sinceramente, adoro vê-lo jogar… Nuno Assis na época passada foi uma peça chave no puzzle de Cajuda e será, com certeza, importantíssimo neste novo ano, tem uma visão de jogo incrível, um excelente sentido posicional associado a uma agradável mobilidade e a uma fantástica qualidade de passe. Por último, temos, sem dúvida alguma, um matador brasileiro que na última época apontou 8 golos no campeonato, é capaz de inventar espaços para aparecer a rematar e tem níveis de eficácia bastante assinaláveis, apesar de tudo isto não o considero um jogador muito evoluído tacticamente e também já não tem grande margem para progressos, uma vez que possui 31 anos! Para finalizar quanto à análise desta equipa, diria que a defesa está pouco entrosada e é bastante vulnerável, dando demasiados espaços nas suas costas, tal como na época passada com Cajuda, o defesa-central Moreno ainda não me consegue convencer, veremos se no futuro reage melhor à adaptação a esta nova posição...

Quanto aos vencedores deste torneio, posso afirmar que dá gosto ver jogar este “novo Benfica”, princípios tácticos complexos mas fundamentais com Jorge Jesus tornam-se simples, uma grande organização defensiva e uma disciplina exemplar no que toca à execução do sistema táctico, uma cultura táctica capaz de mentalizar os jogadores a acelerar ou a desacelerar o jogo nos tempos certos, um pressing alto associado a uma circulação de bola rica em qualidade e eficiência, frieza e segurança na hora do último passe e uma suficiente eficácia aquando do momento de finalização… Isto define para mim, em traços gerais, este Benfica à moda de JJ... E que beleza ler isto aqui e olhar para o terreno de jogo e ver tal e qual, talvez porque há muita determinação e ambição naquele balneário e muito trabalho duro nos treinos… Não quero que ninguém pense que nesta nova época teremos um SLB imbatível e com o título assegurado, muito pelo contrário, ainda estamos apenas na pré-época como é óbvio, mas quando há mérito eu sei dá-lo, seja em que altura for! Para finalizar, quero só falar um pouco de Di María, Javi García e Pablo Aimar… O puto maravilha está totalmente diferente, muito mais motivado, disciplinado/evoluído tacticamente e determinado, quando a isto se acrescenta o enorme potencial do argentino é óbvio que só pode sair magia daqueles fabulosos pés! O espanhol vindo do Real ainda não vale 7M€, mas apesar disso é, na minha opinião, o tão desejado "nº6" que o Benfica necessitava, muito forte fisicamente, agressivo, demonstra possuir um bom toque de bola e em relação ao que disse há uns dias, já é também suficientemente completo para assumir aquela função tão importante no meio-campo da sua equipa! Por último irei abordar Pablo Aimar, será este o ano do mago argentino? Todos os benfiquistas esperam que sim e não há dúvidas que esta é a pré-época mais prometedora do jogador, nota-se claramente que ele já não recorre tanto a movimentos previsíveis e obcecados em busca da bola, tenta antes procurar espaços de forma inteligente e objectiva entre-linhas ou então descaindo numa ala, na minha opinião será muito melhor para ele, dado que não irá tanto ao choque nem se dará tanto a marcações mais exigentes, podendo assim libertar-se com mais facilidade e pôr em prática todo o esplendor do seu futebol!

Mas que grande jogo de Nani

O Bayern de Munique venceu o Manchester United por 7-6 nas grandes penalidades na final da Audi Cup, após um 0-0 no final dos 90 minutos, num jogo que foi muito táctico, com os médios-centro a lutarem bastante pela conquista da bola e a congestionarem completamente o meio-campo, por outro lado tivemos a luta das duas defesas, que tentaram sempre instalar-se no meio-campo adversário, para assim juntarem as linhas da equipa e conseguirem fazer o seu tipo de jogo com mais facilidade, potencializando os seus ataques posicionais…

A faixa esquerda do United esteve muito bem durante todo o jogo, Evra e Nani foram sempre muito rápidos no processo ofensivo e não tenho dúvidas que 2/3 dos ataques do United foram iniciados a partir dos pés de um destes dois jogadores, tenho que referir que Nani não se preocupou apenas em atacar, ajudou bastante Evra a fechar, dando-lhe outra tranquilidade, até se notou isso na forma como o francês atacou, sabendo que tinha um companheiro com uma cultura táctica elevada, portanto posso afirmar que Nani está um jogador diferente, que grande evolução técnico-táctica que teve este “menino”, para além disso também notei que nos lances de 1x1 está bastante mais desequilibrador e explosivo, dando IMENSO trabalho a Lahm…

Schweinsteiger não jogou numa posição adequada para si, ou melhor, ele jogou, mas não da forma que quer e que melhor o faz, o seu treinador quer que ele apareça por diversas vezes entre-linhas, mais junto aos avançados, mas esta não me parece ser uma boa opção, ele é aquele jogador vertical que gosta de jogar bem colado à linha e fazer as suas diagonais, criando desequilíbrios e fazendo excelentes golos com esses mesmos movimentos, na minha opinião este jovem alemão é um ala puro que não se dá muito bem com aquele “trânsito” todo no meio do terreno, sempre rodeado de marcações mais exigentes, ele gosta de ter a sua liberdade condicionada apenas pelas linhas laterais, deixem este mago jogar onde e como gosta que certamente terão muitas surpresas agradáveis…

A dupla de ataque do United (Owen e Berbatov) esteve bastante apagada durante os primeiros 45 minutos, apesar de ambos possuírem características bastante interessantes para jogarem juntos num sistema táctico como o do MU, não estiveram bem, talvez porque nunca conseguiram ser servidos da melhor forma e muitas vezes tiveram que recuar imenso para conseguirem ter a bola, o que desorganizou um pouco a equipa e a tornou mais previsível, na 2ª parte notou-se uma melhoria significativa, dado que o Manchester United juntou mais as suas linhas, tanto a atacar como a defender, sendo assim, estava uma equipa muito mais organizada e compacta e era muito mais fácil para os jogadores circularem a bola de forma rápida e segura, criando assim desequilíbrios em posse numa zona pressionante!

O lateral-esquerdo vindo do Twente, agora no Bayern de Munique de nome Braafheid jogou os 90 minutos sempre a um ritmo fabuloso para um jogo de pré-época, no processo ofensivo apareceu muitas vezes a fazer triangulações e a dar asas aos seus cruzamentos estonteantes, já no que toca a defender não deu qualquer espaço no seu corredor e demonstrou ser um jogador com uma capacidade atlética invejável, aguentando o jogo inteiro a um ritmo inacreditável, fazendo toda a faixa esquerda com uma velocidade enorme e com uma concentração admirável, para além disso também tenho que referir que quando chegou a sua vez na marcação das grandes penalidades, ele não tremeu e finalizou da melhor forma…