Real VS Barça, muito mais do que 90 minutos

Em relação a este encontro escaldante vou deixar aqui partes de uma conversa extremamente interessante que tive com um amigo, pois penso que será a melhor forma de partilhar pensamentos claramente diferentes acerca de filosofias também diferentes.

JG: "Tudo bem, eu até admito que o Pepe possa ter sido mal expulso, embora tenha visto poucas repetições, mas só pela maneira como o Mou encarou o jogo já mereceu a derrota."

TN: "É isto que eu não entendo, a sério. Ele encarou este jogo da mesma forma que encarou o da final da Taça do Rei. Apenas trocou o Khedira pelo Lass! A diferença assenta no facto de ele ter perdido agora (grande culpado) e ter ganho na Taça do Rei (mestre da táctica). ­ O Barça tem uma filosofia de jogo incrível e irritante ao mesmo tempo. Só é possível travar com agressividade e coesão.­­"

JG: "É assim, na primeira parte pura e simplesmente não se mexiam os jogadores do Real! Sempre estacionados e somente três atacavam. E trocar o Khedira pelo Lass parecendo que não por si só já é grande mudança. O Real tem jogadores em todos os sectores do outro mundo, tinha todas as condições para jogar taco-a-taco com o Barça! Como tu sabes esta filosofia é a coisa que mais me irrita! O pessoal compra bilhete para ver a equipa a jogar bonito ou simplesmente defender e criar perigo em bolas paradas?!
Mas nada está perdido e digo-te, na segunda mão espero um jogo do outro mundo."

TN: "Entendo isso perfeitamente, uma equipa deve encantar com o seu jogar, criar oportunidades de golo para o público vibrar e dar graças ao seu bilhete que se calhar até foi comprado com algum esforço, mas na verdade também não é aquele tiki-taka "irritante" do Barça que me consegue fascinar. É um exagero. 70% de posse de bola, cerca de 45% atrás do seu meio-campo. É o que te digo, são estilos completamente diferentes. Mas continuo a dizer, futebol é uma forma de viver e o fundamental é vencer! O Mourinho ganhou um troféu com esta "merda" de filosofia e agora "perdeu" outro com a mesma. Tem a sua culpa e o seu mérito, assim é o futebol."

JG: "Claro, ninguém tira o mérito ao Mourinho porque como todos sabemos e acho que ninguém tem dúvidas disso é o melhor treinador, em termos tácticos, do Mundo! Tudo bem que são filosofias, mas eu não gosto da dele, não por ele demonstrar arrogância, dado que como sabemos isso são só mind-games e nada mais, mas é mesmo pela maneira como ele aborda um jogo de futebol! E aquele golo do Messi deixou-me completamente de boca aberta."

TN: "Certo, como bem sabes todas as filosofias têm apreciadores e críticos. Foi um golo genial, sem dúvida."

Obrigado, meu desporto rei.

Jovens Promessas

José Lopes, actualmente no Sporting.


Nome: José Lopes
Nacionalidade: Portugal/Guiné-Bissau
Idade: 18 anos (1992-09-23)
Clube: Sporting (Juniores A)
Posição: Médio-Ofensivo
Altura: 1.76m
Peso: 73kg


José Lopes, mais conhecido por Zézinho, é a grande estrela dos juniores do Sporting e, na minha opinião, não tem um colectivo à sua semelhança. Quando a bola chega aos seus pés a orquestra afina e os desequilíbrios são bem mais evidentes. Golos, dribles encantadores, jogadas fabulosas, arrancadas em velocidade, remates para todos os gostos, passes de ruptura e desmarcações espectaculares são o seu cartão de visita e, mesmo sem um grande poderio físico, Zézinho tem todo um potencial para singrar na mais alta roda do futebol! José Lopes será considerado, de uma forma quase unânime, a grande estrela desta edição da Zona Sul do Nacional de Juniores, demonstrando ser o grande craque do Sporting. Normalmente com a camisola 10 nas costas, o médio guineense gosta de assumir o jogo da sua equipa, revelando-se o grande maestro dos movimentos ofensivos dos leões, sendo que os seus traços de craque são mais do que evidentes. Dotado de uma técnica individual impressionante, Zézinho tem sido muito difícil de travar quando tem a bola bem dominada. Sem ele ao mais alto nível nesta Fase Final o Sporting pode esquecer a revalidação do título. Este é mais um protótipo do enorme talento africano.

Villas-Boas: "Mantivemos sempre a nossa identidade"


"Não vivo na ilusão da liderança ditatorial, o jogo tem coisas tão fáceis de compreender, não há nada de oculto no futebol, não há mestres da táctica, futebol resume-se a talento individual e colectivo, limito-me a encaminhar os jogadores, a liderar um grupo como este. Se calhar outra pessoa aqui fazia a mesma coisa, mérito total dos jogadores, numa filosofia em que defendemos a cultura do futebol português e do futebol bem jogado." A humildade e o profissionalismo foram dois factores que Villas-Boas nunca dispensou, tanto na vitória como na derrota.

Definitivamente, a melhor equipa venceu este campeonato. André Villas-Boas é, de facto, uma prova de que a competência não escolhe idades, ultrapassando tudo e todos!